A Troca Justa
Sou difícil de matar. Me derrubar é mais fácil e já aconteceu mais vezes do que gostaria de contar. Já fui alvo de pedradas, rasteiras, traições e atentados de todos os tipos. Todavia, minha resiliência é chata e teimosa. Não sei desistir, apesar de opiniões em contrário. Já me rotularam covarde, indecisa, sem ambição. Mas, nunca me chamaram injusta. Das pancadas e emboscadas que suportei, as mais dolorosas foram as das pessoas próximas, aquelas com quem eu me importava de verdade. Confesso que, a cada descoberta, um tanto de raiva me abalava. Contudo, o sentimento que imperada era tristeza, decepção. Sim eu ficava mais triste do que furiosa. Saiba, você que me magoou, que doeu bastante. E doeu mais porque sei que só dois caminhos existem depois da traição. Ou o afastamento completo – o que me faria sofrer a ausência de certas pessoas –, ou o confronto – que nunca foi objetivo aqui. Não quero sumir nem brigar. Não mando olho gordo de volta, não compartilho intriga nem boto laxante