Delírio
Mais uma noite que sonho contigo. E já não sei se sonho, pois acordo em teus braços e me pego sozinha. Algum canto em minha mente te projeta de tal forma, que minhas mãos quase alcançam tua pele invisível. Já não é sonho, é delírio. Não sei se te amo, mas o desejo que tenho por ti é tanto que me escapa. Sai pelos poros. Já não guardo o pudor do olhar. Miro-te desatentamente, alheia e despreocupada das percepções ao redor. Teus traços preenchem meus olhos. Teus olhos quase negros, vez em quando nos meus. E o mundo amortece. Paixão talvez não seja. Romance muito menos. Mas o que será então esse devaneio, esse sentir-me sorrir mais quando posso erguer minha mão e te alcançar? E estás tão perto de mim que te sinto respirar. Conheço teu perfume. Rememoro cada dobra da roupa que não posso tirar. Fala-me o que é essa tormenta que acalma, o que é esse alívio que me dá quando te vejo sorrindo. Esse caminhar mental por tuas carnes, por teus pêlos. Esse querer provar-te que me pr