Confesso – Parte 1
Vez em quando, venho aqui com alguma nota de não ficção. Redecoro tudo que é monotonamente realista e construo poesia para dissimular essa monotonia. Dessa vez, só uma confissão necessária. Descobri muito sobre mim nessas últimas duas semanas. E isso pode não interessar em nada a você, mas vou relatar mesmo assim. É minha catarse, afinal de contas. É escrevendo que exorcizo, que realinho, todos esses monstros desvelados. Estive, recentemente, obrigada a encarar o mundo sem véus, sem maquiagem (não a minha, a do mundo). Me vi em situações claras e reais. Quem esteve lá, vai saber. E percebi que tenho, já, a idade e o discernimento para analisar e compreender a mim. E percebi mais. Que aquela “eu” adolescente jamais morreu, apesar de meus esforços. Que ela me observava (eu, a adulta) de algum lugar quieto e sinistro, esperando para gritar “estou aqui ainda”. E estava mesmo. A mesma menina (creio que jamais fui uma menina) introspectiva e raivosa, a mesma rebelde encolhid