Só Uma Palavra
Por que é tão gostoso ouvir a palavra “amor”? Carência, será? Não sei você, falo apenas por mim. Essa mania de derreter diante do afeto. Sou só eu? Não acredito na possibilidade. E, não. Não falo do amor pleno, incondicional, pra toda vida. Falo da casualidade de ouvir alguém me chamar de “amor”. Palavrinha boba, gasta aos quatro cantos pelos quatro ventos. Mesmo assim, tão bom de ouvir...
E a situação piora quando a boca que diz “amor” é tão fácil de amar... Ah, outra dessas minhas manias obtusas, de me apaixonar uma vez por dia, a cada hora. Mas, não se assuste. Minhas paixões são sempre platônicas e inofensivas – a maior parte delas, ao menos. Acho que gosto de gostar de pessoas, de momentos. E tenho pessoas momentâneas bastante próximas. Próximas demais, ao alcance dos olhos... E mais problemático, ao alcance da mente.
Cada carinho que você me faz me enche mais desse sentimento de aconchego. É, gosto dessa palavra também. São abraços verbais, acalantos silenciosos. E, numa tarde chuvosa como a de hoje, chegam ainda mais perto. E me pego sorrindo pra mim mesma. Cada vez mais boba!
Então, por favor, pare! Pare de se dar tão inadvertidamente. Pare de roçar minha alma desse jeito impossível de rejeitar. Você já conseguiu o impensável: me fazer escrever pra outra boca que não “aquela”. E você ainda vem dizer que confia em mim, que está apenas abrindo seu coração. Não faça isso comigo! Não confie em mim. Eu não me confio!
Seja só esse carinho distante, esse chamego ao pé do ouvido. Mas, não chegue tão perto. Não se arrisque assim. Eu, no seu lugar, não me arriscaria. Você já tem minha atenção, minha devoção. E eu já tenho sua métrica, sua tristeza tão íntima. Só posso querer uma coisa mais, que você me chame de “amor” mais uma vez. Só isso.
Comentários
Se me est´ao alcance da mente, meu prazer.
Não vou dizer meu amor, vou dizer eu te amo!
Não quero confiar quero ter sua confiança. Não quero nada! Quero apenas tua esperança!
Não vou parar, pois parar seria o último suspiro.
Só uma palavra: "meu amor!"