Reflexão Sobre a Tristeza
Tenho de desvendar os mistérios
das mentes do mundo. Saber por que as pessoas ficam tristes. Entender qual é
essa conjunção cósmica da melancolia. Essa epidemia crônica de depressões. O
orbe inteiro se deixou levar pela tristeza? Parece... Perecem...
Os mortais ao meu redor caem como
moscas sob a mácula do amargo. Bebem do veneno silencioso e se deixam abater. Tombam
aos milhares. Pesados... Pesarosos...
De onde vem toda essa angústia,
esses dissabores prostrantes? Frustrantes. Qual a cura para essa peste que
assola até aos mais libertos, os libertários, os libertinos? Qual alívio para
tal marasmo amorfo? Mudo... Mofado...
E o cheiro dessa morte em vida
invade narinas, impregna a pele. É contagioso esse esmorecimento. Faz dolorido
o que deveria ser cor. Faz angústia o que deveria ser brilho. Faz calar as
vozes que deviam ressoar aos quatro ventos. E que, agora, estão assim, inertes.
Minúsculas... Dimerizadas...
Revelar esse enigma, descortinar
seu ensejo, talvez não seja essa a minha tarefa. Meu plano, minha rota. Talvez,
eu precise apenas saber que nem todo sol aquece, que nem toda lágrima salva.
Talvez, meu intento primordial seja só estar por perto quando você, meu amado amigo,
precisar de um abraço.
Comentários
por acaso tomaste a forma do espirito e és agora apenas uma brisa levada pelo vento ou o rápido fulgor do raio na tempestade?