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Mostrando postagens de junho, 2012

Amigos Virtuais

O mais incrível do facebook, e dos outros sites de relacionamento em geral, é que quando você realmente precisa de auxílio, de um ombro amigo, ou simplesmente de um ouvido, todo mundo some, ta fazendo ou postando outras coisas, e te ignora sumariamente. Bem bacana isso. Afinal, é um site de “relacionamentos”. Os bons e os ruins. E relacionamentos, no meu dicionário, são recíprocos. Se você ouve e afaga e ta ali pra quando seu amigo precisa, é notório que seu amigo também esteja à disposição quando você pede ajuda. Ou será que não? Eu digo: Não é! Quanto mais você se empenha em prestar atenção e dar ombro e cafuné pra quem quer que seja no mundo virtual, mais sozinho estará quando você realmente precisa de um amigo – um ombro amigo, um ouvido, qualquer amparo. Sites de relacionamento são o cúmulo do egoísmo. Seja um dos primeiros a chorar e ganhe colo e curtidas. Seja um dos primeiros a ajudar e fique na mão! Se você correr, consegue seu lugar ao sol, com dezenas afagando

O Instante

Rápida é a onda de calor que chega sem aviso, como vento solar: linda, cálida e mortal. Rápida é a sensação de plenitude, daquelas maravilhas da natureza que fazem prender a respiração na antecipação do orgasmo. Rápida é a faísca que ilumina o dia e cobre de cores a mais tétrica sombra. Rápida e destruidora. Segundo imperceptível, é o necessário. Nada mais do que o pequeno instante da perfeição. E a mente embota, o coração emudece, a alma brilha. Mas, é tudo só por um segundo. Rápido, o mundo torna a seu preto e branco típico, morno, amorfo. Rápido como relâmpago que some dentro da nuvem. E volta a chover. Nada de calor, de plenitude, de faísca. Rápido demais. Século interminável aquele retumbar guardado no peito. E tudo passa no segundo desastroso, no instante que já se acabou. Resta a mente a censurar, o coração que sangra, a alma a recolher os cacos do espelho estilhaçado. Resta doer-se, restam as lágrimas. Resta curvar os ombros e baixar o ego. Resta bastar-se,

Sexo...

Na penumbra, bebo de teus olhos a impaciência contida. De teu beijo, a saliva morna que me diz tuas vontades. Absorvo a pressão de teus lábios em meu seio, fazendo aquela cócega espalhar-se. Esquentando as entranhas, como Frangélico faz incendiar a boca ao primeiro gole.  E tuas mãos a periciar cada dobra de minha pele. Acariciando meu ventre, apertando minhas ancas, escorrendo por minhas coxas. E teus dedos se lambuzando na cavidade úmida entre minhas pernas. Deixo escapar um ronronado, um gemido. Não é dor, é lascívia.  Eis que, de repente, tu cresces diante de meus olhos. Vejo-te avolumar, tal qual gigante pesando sobre mim. O subir e descer do peito me faz adivinhar a urgência de teu desejo. E me deixo tomar em teu abraço, enquanto tua língua busca a minha. E me penetras, poderoso. Posso sentir cada um de teus músculos tensos, teus pêlos eriçados, tua respiração arfante. E mais que tudo isso, teus olhos sobre mim, buscando reações, alimentando-te de meu prazer. Cavalg

Fobia

Sim! Tenho medo de cachorro. Mas, não é um medo assim, normal. É algo mais. É algo tipo um poodle latir duas quadras distante de onde estou e eu pular... e olha que poodle nem é cachorro!) É eu suar e ter taquicardia se um cão passa na rua – mesmo que eu esteja dentro do pátio, com metros de muro pela frente! Sim, sou fóbica. Tenho medo demais de coisas que não são pra ter tanto medo. Tenho falta de ar, acelera o coração, suo, fico tonta, joelhos tremem... Já atravessei ruas e troquei de quarteirões só porque um cachorro estava languidamente deitado no caminho. Mas, de alguns tempos pra cá, tenho tido medos além dos cães. Tenho tido medos mais. Tenho medo de morrer... Certo. Minha mãe morreu cedo, de repente. Assim que me tornei mãe, passei a ter horror à ideia de morte. Tem lógica, mas não tem sentido. Uma coisa que a gente não sabe é o momento da nossa morte. Nem o vidente mais hábil saberá o exato instante de deixar de existir por aqui. Concordam? Mas eu tenho. M