A Guerreira



Derrotar dragões era o mais fácil. Queria ver empilharem as pedras que ela carregava. Intrépida batalha, árdua e constante. Cada uma das luvas de malha de aço já puída, já destroçada. Sim, esse era o verdadeiro trabalho de Hércules.

Nem pensar cruzar o rio das sereias antes de desamarrar o homem sobre a montanha. Aquele cujo pássaro mau arrancava um pedaço do ventre dia após dia. Era uma dança. Driblar o pássaro, esgueirar-se entre os espinhos, salvar o homem e vê-lo regenerar-se antes de o pássaro voltar.

Cada um dos anões em suas funções e com suas armas. Todos derrubados antes de chegar ao imenso portão. Os raios faziam com que as pedras evaporassem. Se não fosse ágil, jamais passaria. Sim, uma façanha e tanto.

Então, o grande mostro de lava. O gigante de um só olho soltando fogos mortais. Mas ela era uma sobrevivente. A valente guerreira que não sucumbiria antes de apanhar o diamante maior. Aquele que o ciclope guardava com a vida.

Sim, uma amazona digna dos livros de Verne. Vezes e vezes a fio desafiando os perigos mais horrendos. Isso tudo, pasmem, antes que o sono venha. Só então a mãe retira o joystick da mão frouxa da menina que sonha com o videogame.

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