Árvore das Fúrias
Como fingir sem confessar? O que
dizer para que não saibas, não adivinhes? Que dentro do teu abraço eu sou
fraca, eu sou frágil, eu sou fêmea. E só. Que a tua força derruba a minha e me
extasia, me desarma, me doutrina. E que, nesse abraço, sou tua de alma e ego.
Teu suor é a minha pele. Tua ordem é o meu comando.
Como querer correr, esquivar-me?
Se é no entorno dos teus braços que me encontro única. Se tens minha vida
inteira encostada em teu peito. E se, quando me prendes assim com força, tornas
liberto das fúrias o meu coração.
Como conceber tamanha entrega,
tentando fazer com que não percebas, se tudo em mim grita que sou tua? Se,
presa assim no teu abraço, eu me abandono e me entrego a ti. Sonhando ficar
assim. Eternamente presa do teu querer.
Comentários