Insônia



O corpo chora pelas horas ininterruptas de descanso inanimado. Mas a mente condoída manda o alerta aos gritos: ACORDE! E desperto num sobressalto para ouvir o quase silêncio da madrugada amorfa. Mais uma madrugada em que assisto o sono fugir a galope para algum lugar de onde não posso resgatá-lo.

Os sonhos interrompidos quase sempre escapam do invólucro nevoado do subconsciente e se misturam aos pensamentos desconexos que se batem como carrinhos desgovernados. A confusão do despertar ausente é a sensação pior. Situar-se apenas para perceber que eu deveria estar dormindo.

Nada ajuda. Resta aguentar firme até que os olhos pesem. Assistir mais um amanhecer pela janela. E finalmente encontrar Morpheus somente para desejar-lhe bom dia e acordar outra vez. Cansada, torpe, sobreviver mais um dia até a noite e, desta vez, torcer para simplesmente adormecer até de manhã.

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