Saudades de Ti
Saudade de ti. Saudade, saudade!
Oh, Deus. O que mais posso dizer?... Saudade. Que sentimento tão cítrico
esse... Saudade de ti, anjo... Meu anjo. Meu? Será?
Sentimento adverso. Ao mesmo
tempo em que nos prende em recordações – e eu lembro o teu sorriso, o teu jeito
forte de olhar pra mim, tuas mãos tão próximas, a fala comedida, o aveludado da
voz –, traz também o sabor amargo da distância. Essa ausência do calor da tua
presença, essa falta que me faz olhar pra ti de tão perto. Do outro lado da
mesa...
É, estou com saudade. Saudade de
ouvir todas as coisas interessantes que tu tens a dizer. Saudade de um prato de
bolinhos de chuva. Saudade da possibilidade de uma escorregada tua, de um olhar
mais profundo... Saudade desse sentimento de posse que tu já tens sobre mim.
Sim, tu sabes que tens. Meu anjo, meu demônio. Meu veneno! Espero cada segundo
essa saudade passar.
Só que a saudade também é
sentimento mesquinho. Dói na alma, macula a mente, destroça a lembrança. O que
tu fazes aí tão longe? Sentes mesmo a minha falta? E que direito tenho de te
desejar tão mais perto? Será que queres, como eu, tamanha proximidade? Ou será
que anseio sozinha? Quem sabe, seja só eu a protagonista desses quereres. Quem
sabe, tu jamais serás o meu anjo... Já não sei dizer.
Só o que sei é que espero cada
dia, hora, minuto... Sei que suspiro ao lembrar teu sorriso. Sei que temo te
assustar, tamanha fome que tenho de ti. Quem dera, tu me quisesses um ínfimo do
que te quero, do que te espero... Será? Serás meu anjo? Serás só meu? Quem me
dera poder tocar teu coração. Quem me dera poder tocar-te, anjo mau, tão
distante... Saudade, meu veneno... Só saudade!
Comentários
A saudade é prova de que tivemos algo bom para lembrar...