O Mago
O consolo dos tempos instáveis repousa sob o intento inabalável do mago. A salvação do corpo e do espírito depende da boa vontade do
mago. Só dele é o poder de aliviar a dor da alma fria do mortal incauto. Só
dele é a dádiva da cura.
O mago é sinistro e taciturno. Pouco
sorri, semblante de pedra forjada no calor da lava. Olhos ameaçadores, permeados
pelo brilho do aço, a intimidar quem ousa mirá-lo de frente. Frontes baixas
diante do mago. Pois só dele é o poder de ver.
A cúpula noturna é o manto do
mago, rebordado de estrelas fugidias, de constelações e signos. O mago se veste
de zodíaco. É dele a sabedoria dos astros. Nas mãos suaves do mago repousam o
futuro e o destino. O digladiar de luz e sombra habita as mãos do mago. Só ele é
a fonte do conhecimento.
A consciência da águia habita a
mente do mago. Sua voz serena, um mantra abismal. Sua postura tensa, o carvalho
secular. Seu magnetismo lascivo a atrair neófitos e vassalos. Seu coração...
sim, o mago tem um coração. O dominador de humanos e feras tem um coração... e
o coração do mago... é meu.
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