Apenas meu!

Não! Eu não sei. Eu saberia se fosse coisa casual, ocasional, passageira. Eu saberia se fosse efêmero, discreto, apático. Mas não é. É dinâmico, é mágico, é inenarrável. Esse sentir mais tátil do que a camada racional admite. Eu sei, lá no íntimo, que é algo mais que especial. Sei que é!

É quando esse cara me olha... é quando eu vejo a diferença nesse olhar. Ele, antes, olhava com distância e frieza. Esse deslocamento intemporal, aos poucos se tornou claro, íntimo, mais que a intimidade real. Esse jeito que ele me olha é tudo... a intensidade toda, tao absoluta,  não é normal.

Não, não tem homem no mundo – no universo – que me tenha olhado assim. Ele é tão intenso, que eu sei cada palavra que ele não diz. Eu entendo cada reação. A aparente apatia é mera distração. É para os incautos. Não para mim. Eu sei, eu vejo! Eu sinto o “eu te amo” nas entrelinhas, nos sorrisos não tão fáceis.

Eu vejo que esse homem me vê inteira. Ele vê cada defeito, virtude, diferença, semelhança. Sim, ele enxerga mais que a maioria. Mais que qualquer mortal. Ele sabe o que me agrada, o que me estressa, o que me faz triste ou feliz. Sim, ele sabe, esse homem, tudo o que deve saber sobre mim.

E, por incrível que pareça, ele também se deixa conhecer. Ele se entrega. E esse é um privilégio só meu. Saber quem ele é, como ele é, do que gosta... Ele, esse homem, é meu. Ele faz parte de mim e eu faço parte dele. Isso é cumplicidade. Isso é compreensão. Isso é amor. Nada aparte disso será válido. Nunca!


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