Das Dores
(Para Estevam Von Claus)
Dói. É claro que dói. Se não houvesse a dor, nada seria do
alívio. Pensa bem, que mundo bizarro esse sem o aliviar das dores... Ou será
que nós é que nos acostmamos com o doer constante? Nos refazemos nas cinzas da
queimadura ardida... nos oxigenamos em meio à poeira do escombro?
Ai de nós que nos doemos (ainda) pelos males da vida. E
dessa vida, o que não é suspiro, é asfixia. Tragédias, todos têm. Nós, porém,
não as temos, as carregamos no peito, nas costas, na alma e na mente. Somos trágicos,
artistas que somos... Somos mágicos. Sobrevivemos!
Das dores que suportamos, quais são as mais brandas, quais
se fazem insuportáveis? Será que alguma nos derruba, nós que somos a dor da dor
em nós? Nós que suportamos a ferida aberta, pútrida e latejante, que costuramos
a nós mesmos dilacerados, que estamos sempre de pé, não importa o quanto isso
doa.
Pensa comigo, alma gêmea dolorida, que por mais que essa vida
insolente ouse nos bater de frente, estamos sempre, eu e tu, de pé! Impávidos,
colossos, muralhas indestrutíveis. Sim, as bombas fazem estragos. Sangramos,
sim... somos humanos. Mas nem a bala de prata é capaz de acabar conosco.
Dor, todas as pessoas sentem. Suportar a dor (até a mais excruciante)
é para poucos! É para os mágicos, é para os raros, é para os loucos. E nesse
teatro do absurdo, como diria o Lobo da Estepe, ainda estamos firmes. A dor vai
passar... sempre passa!
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