Aos que eu amo...
Existem dois homens que amo incondicionalmente, e que se completam. Se pudessem ser misturados num caldeirão, unidos, seriam “o homem perfeito”. Um é verborrágico e desmedido, o outro monossilábico e contido. Um irritável, o outro explosivo. Um solta gargalhadas espontâneas, o outro apenas sorri.
São tão iguais e tão opostos esses dois homens. Um finca os pés na terra, o outro abre as asas ao céu. E, mesmo assim, se compartilham, se completam. Pudera eu tocá-los uma única vez. Saberia, enfim, que são reais. Tão perfeitos que se tornam juntos, poderiam ser o fruto colhido de minha imaginação.
Tão especiais esses dois, que não sei qual é mais doce, mais terno, mais meigo, mais irreal. Quem dos dois é idealizado, quem dos dois é factual. Tão distantes esses dois homens, que se tornam um único eco, um único espectro, um único sonho. Tão silenciosos, que são a luz e a sombra, a brisa morna e a tempestade. Tão únicos que se tornam um.
Tão especiais os dois homens que eu amo. Um com o frescor da primavera, o cheiro da infância. O outro com as feridas da vida, o gosto do mundo. Juntos, são verões tórridos e invernos acolhedores. E são dois, e são um só. Modelo da própria perfeição, do cegar dos sentidos, do pestanejar que transforma chuva em pingos de sol.
Apolo e Adônis. Esses dois homens que eu amo, inatingíveis que são.
Comentários
Sim.
Amo essa catárticidade. Te amo!