Conto de Fadas?
E ela descobriu que o amor de sua vida estava namorando. Falaram por tenros vinte minutos ao celular. Ele parecia muito mais maduro, mais centrado. A voz mais solta, mais serena. Tinham-se visto por algumas horas em um evento dez dias antes. E ele já dava sinais de mudanças profundas. Mais magro, mais sorridente – ele que não sorria quase nunca –, mais descolado. Dono de si o suficiente para cruzar o salão e ir dizer um “olá” ao passado. E voltar ileso, confiante. Deslizava em vez de andar. Ela notou, óbvio. Mas os joelhos tremiam tanto cada vez que ele colava o corpo no dela, que nada mais na mente havia senão aquele rosto, aquele cheiro. E notou algo mais. Sua reação quando ele surgiu foi inimaginável. Sentiu-se uma adolescente boba ao saltitar ao redor dele. Idolatrá-lo. Ele notou, óbvio. E como sempre acontecia, cedeu um pouco mais. Ele sempre se dava um pouquinho a mais a cada encontro. E foi justamente dessa vez que os lábios se encontraram. Tímidos, contidos. Um