Falta Tua
Eu só queria deitar a cabeça no
teu peito e esquecer da vida. É pedir muito? Um momento de aconchego, de
inércia. Um momento pra me lembrar que também posso ser frágil. Que também
posso ser dócil.
Queria só deitar a cabeça na curva
do teu ombro e me sentir segura, abraçada, protegida. Coisa boba de menininha fútil?
Pode ser. Que seja. É bom. Pronto! Só deixar que tu me abraces e abdicar do
mundo.
Mas teus braços estão tão longe
de mim... que sinto saudade desse teu afago, do teu cheiro e da tua força a me
prender em teu abraço. Como se não quisesse que eu fugisse de ti... Ironia,
pois és tu quem foge, meu amor, e me deixas solta nesse vento de chuva.
Daria qualquer coisa para estar
inteira dentro do teu abraço. Para repousar meu ser em teu todo. Para me despir
de mim, de minha força, de meu comando, e te deixar reger minha orquestra.
Não. Não sou submissa. Sou fêmea,
preciso de afago vez em
quando. Necessito cuidado hora ou outra. Quero poder descer
do salto e me perder de mim e viver por ti, meu anjo, por um instante
concedido. Bastaria!
Saudade, criança. Muita mesmo. Perdoa,
não posso evitar. Não posso conter. Não consigo... ficar tanto tempo longe assim
de ti. Tem pena de mim, que te quero tanto... Eu que sinto a tua falta, mais
que a minha. Saudade, só isso...
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nada mais simples e mais distante nestes dias sem emoção