Covardia


(essa tem dono e ele vai ver, tenho certeza)

Deixar de tentar, dar o primeiro passo e recuar, essa é a métrica do covarde. É um repetir constante de tentar mais uma vez e não sair do lugar, chegar a arquitetar o plano e falhar por medo – puro e absoluto medo – de colocá-lo em prática. É treinar para a maratona e não correr quando o tiro dá a largada. Para esses, o único prêmio é a derrota. Única e repetitiva derrocada – frustração, remorso, vergonha! –, porque é isso que o fraco merece. Sempre o último lugar ou lugar nenhum.

Se a vontade, o desejo, a beleza da conquista ou o triunfo da recompensa não são maiores ou mais brilhantes do que o medo da tentativa, então nada vale a pena. Melhor e mais fácil – eu diria mais seguro, porque conforta – esquecer de vez! Melhor abrir mão, fingir que nem viu, que nem conhece. Melhor mesmo cessar a procura. Tratar o objeto do desejo ou a linha de chegada como um mero amigo imaginário que só existe mesmo ali, dentro da cabeça.

Melhor desistir. Basta! Esqueça! Talvez o prêmio seja tão grande que assusta. E se assusta tanto assim, não é para você – pois, provavelmente, seja maior e mais perfeito do que aquele que não o alcança por covardia. Não é nem um talvez, é certeza. O troféu será de outro. Mais precisamente, daquele que tiver coragem para ganhá-lo! Esse, quem sabe, o mereça mais.

Comentários

Anônimo disse…
Eu leio…leio e volto a ler, como uma penitência? Como castigo? Não sei…. Apenas leio e releio…tentando achar algo errado. Mas não acho!!! 🙁tudo é violentamente correto, o julgamento preciso e a pena avassaladora. Preciso de um advogado do diabo, ou melhor! Um advogado dos diabos pra me livrar desta!
Desta falta imensa que eu tenho de você!!
Giselle Jacques disse…
Este comentário foi removido pelo autor.

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