Covardia
(essa tem dono e ele vai ver, tenho certeza)
Deixar de tentar, dar o primeiro passo e recuar, essa é a
métrica do covarde. É um repetir constante de tentar mais uma vez e não sair do
lugar, chegar a arquitetar o plano e falhar por medo – puro e absoluto medo –
de colocá-lo em prática. É treinar para a maratona e não correr quando o tiro
dá a largada. Para esses, o único prêmio é a derrota. Única e repetitiva
derrocada – frustração, remorso, vergonha! –, porque é isso que o fraco merece.
Sempre o último lugar ou lugar nenhum.
Se a vontade, o desejo, a beleza da conquista ou o triunfo
da recompensa não são maiores ou mais brilhantes do que o medo da tentativa,
então nada vale a pena. Melhor e mais fácil – eu diria mais seguro, porque conforta
– esquecer de vez! Melhor abrir mão, fingir que nem viu, que nem conhece. Melhor
mesmo cessar a procura. Tratar o objeto do desejo ou a linha de chegada como um
mero amigo imaginário que só existe mesmo ali, dentro da cabeça.
Melhor desistir. Basta! Esqueça! Talvez o prêmio seja tão
grande que assusta. E se assusta tanto assim, não é para você – pois, provavelmente,
seja maior e mais perfeito do que aquele que não o alcança por covardia. Não é
nem um talvez, é certeza. O troféu será de outro. Mais precisamente, daquele
que tiver coragem para ganhá-lo! Esse, quem sabe, o mereça mais.
Comentários
Desta falta imensa que eu tenho de você!!