Expiação
Pensei muito em como começar este texto. Não quero que se trate de um texto de desculpas. Muito menos um de pedir desculpas. O fato, enfim, é que a espada na ponta da pena, da língua, é muito mais afiada. É possível sublimar a si mesmo a ponto de ofuscar-se aos outros. Àqueles que importam mais. Nada mais é a arrogância que um desmazelado grito de insuficiência, de ignobilidade. Nada mais é a rompância que um arroto de vulgaridade, de insignificância. E, por vezes demais, nos fazemos presunçosos de nós mesmos, de nossos poderes, de nossos saberes, de nossas penas. Há o intelecto e há a real possibilidade de usá-lo. Instâncias distintas. Um domina o outro? Duvido. O que há em nós, os orgulhosos detentores da palavra, é pura soberba. E, para alguns, nada resta senão seu pecado original. E mergulhados neles permanecerão, quiçá, eternamente. Enquanto isso, seus rabiscos germinam ou morrem, doam-se ou vendem-se. Tanto faz. O que interessa a esses pecadores assoberbados é a exata medi