Céu Acinzentado
A brisa faz sentir minha pele Acariciada e fina Preciso ser tocada por mãos humanas Ou será que o vento me basta?... O toque sutil de mãos masculinas Ao mesmo tempo ásperas e possessivas Vem trazer ao meu corpo A sensação do temporal Ríspido e mágico na ventania das almas Brandindo seu sussurro ensurdecedor Que tem o som de mil silêncios A gritarem ao meu redor E eu me sinto limpa Purificada pelo seu cheiro Impregnada com suas macias mãos de chuva Como o gelo que esquenta os corpos Nas noites frias do calor do outono Deitada num leito de sombras e sussurros Que se faz em cores e gritos de prazer Gritos histéricos que atordoam E se fazem suaves como Choppin O som de pianos sem as teclas Harpas e flautas sem dedos que as vão tocar Violinos sem cordas ou arcos Que arqueados no caos Hão de fazer-me viver A plenitude do prazer da vida Incolor e antitérmica Pelo apogeu dos mistérios do meu ser